Palavrinhas mágicas no trabalho17/07/2011

Zero hora - empregos e oportunidades - 17/07/2011

No dia em que Cristiano Forneck, 30 anos, anunciou que trocaria de turno de trabalho e assumiria a coordenação de outra equipe, recebeu uma comovente homenagem. Os aplausos espontâneos do grupo liderado por ele na indústria de plásticos Herc foram o sinal de que precisava para se certificar de que os 10 anos de trabalho na empresa não foram em vão:

– Foi até mais emocionante do que ganhar um elogio do chefe – contaCristiano, que é técnico em plástico.

A pressão do dia a dia faz com que os reconhecimentos sejam esquecidos. Especialistas garantem, porém, que independentemente do cargo, da formação e das qualificações, todo profissional precisa sentir-se valorizado. Além disso, o hábito de prestar atenção às atitudes positivas entre colegas, chefes e colaboradores – de preferência, elogiando-as – facilita as relações.

Mas não basta destacar as qualidades do outro, é preciso saber quando e como fazê-lo. A psicóloga Simoni Missel, diretora da Missel Capacitação Empresarial e consultora de carreira, explica que a hora certa de elogiar um funcionário é o mais próximo possível do momento em que ele tiver uma atitude positiva ou apresentar um bom desempenho no trabalho.

– Diga ao colaborador o que ele fez bem, como você se sentiu com isso e quais serão os benefícios da sua ação para ele e para a empresa – sugere.

Há, porém, gestores que têm dificuldade de manifestar aprovação. Alguns por medo de cometer injustiças, de provocar ciúme ou de que o colaborador fique acomodado. No entanto, se o elogio é sincero e pertinente, o resultado em geral é positivo. Segundo a psicóloga Roberta Lopes do Nascimento, coaching e diretora do Núcleo Médico Psicológico Consultoria de RH, quando um chefe ressalta uma atitude positiva de um funcionário, cria nele um desejo cada vez maior de progredir, de aceitar desafios e novas tarefas.

Da mesma maneira, determinados colaboradores não se sentem à vontade ao ser elogiados.

– Tem pessoas com estima muito baixa que acabam achando até que se trata de uma ironia – diz André Saito, diretor de Educação da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento.

A ação combinada entre os colegas de Forneck foi reflexo do programa de educação continuada que Rita de Cássia Martins, gerente de Recursos Humanos da empresa, vem desenvolvendo com gestores e colaboradores. Entre os temas abordados, explica ela, está o incentivo ao enaltecimento em todas as suas formas: do chefe ao colaborador, entre iguais e do funcionário ao gestor.

– O elogio é uma ferramenta para que a pessoa alcance um outro nível de desempenho – salienta Rita.

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